A Justiça de São Paulo deu aval para a rede de supermercados St Marche sair da recuperação extrajudicial (RE). A empresa havia entrado no processo em abril deste ano, com dividas declaradas de R$ 528 milhões. Na última sexta-feira (10), o plano de recuperação foi homologado. Desde o início do processo, o St Marche recebeu uma capitalização de R$ 90 milhões por meio de um DIP, tipo de empréstimo feito para empresas em dificuldade financeira. De acordo com o CEO do grupo, Bernardo Ouro Preto, uma metade da capitalização foi feita no início da RE e a segunda metade, que só seria liberada após a homologação do processo, foi antecipada e realizada há cerca de 45 dias. “Estamos há 45 dias sem dever nada a nenhum fornecedor. A companhia emerge da recuperação absolutamente sólida financeiramente, com todas as dívidas reestruturadas”, afirma Ouro Preto.
Para recuperar o faturamento de 2025, a companhia irá direcionar seu foco para as datas fortes de fim de ano, como Black Friday e Natal. “O que não fizemos nos primeiros nove meses do ano, precisamos fazer nos últimos três”, disse o CEO. Após a pandemia, a rede iniciou um plano de expansão, saindo de 21 lojas e R$ 700 milhões de faturamento em 2021, para 32 lojas e R$ 1,3 bilhão de receitas em 2024. Ouro Preto explica que nesse período, quando os juros chegaram a 15%, o caixa da rede de supermercados foi afetado. Neste momentos, a empresa começou a atrasar o pagamento de fornecedores e passaram a faltar produtos nas prateleiras. O CEO avalia que, para voltar a crescer, o St Marche precisará de um novo aporte pela frente, o que deve ser discutido em 2026. Os dois últimos aportes foram realizados pelo fundo americano L Catterton, dono de 70% da rede, que realizou o de R$ 45 milhões no início da RE, e pelo BTG. Um fundo do BTG tinha mais de R$ 280 milhões de créditos no grupo.
Fonte: Estadão
