Ação antirroubo pode virar problema para varejistas

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O jornal Valor Econômico publica na edição desta quarta-feira (05/06) uma reportagem da jornalista Adriana Mattos destacando a preocupante alta nos casos de roubo de cargas no Brasil, com ênfase no estado de São Paulo, que continua sendo o principal foco desse tipo de crime. A matéria mostra que, após um período de estabilidade e até mesmo de queda nos índices, o primeiro trimestre de 2025 registrou crescimento nas ocorrências, acendendo o sinal de alerta para autoridades e para o setor de transporte e logística.

De acordo com a reportagem, São Paulo lidera o ranking nacional, concentrando quase metade dos registros de roubo de cargas. A retomada mais intensa da atividade econômica, a deficiência nos investimentos em segurança pública e a crescente sofisticação das quadrilhas especializadas são apontadas como os principais fatores para essa nova escalada da criminalidade.

Especialistas entrevistados pelo Valor ressaltam que os criminosos estão cada vez mais organizados, utilizando tecnologia e informações precisas sobre as rotas e os tipos de mercadorias transportadas. Os alvos preferenciais continuam sendo produtos de alto valor e fácil escoamento, como eletroeletrônicos, alimentos, medicamentos e combustíveis.

O impacto para as empresas é significativo, indo além do prejuízo direto com a carga roubada. A elevação dos prêmios de seguro, os custos adicionais com escolta armada, monitoramento e rastreamento de veículos, além da interrupção de cadeias logísticas e do risco à integridade de motoristas e funcionários, compõem um cenário desafiador para o setor. Grandes operadores logísticos e transportadoras têm reforçado investimentos em tecnologia e segurança, mas ainda enfrentam limitações diante da ousadia e do poder de ação das quadrilhas.

A reportagem também aponta que o problema transcende a esfera privada e exige resposta coordenada do poder público. A falta de integração entre estados, a ausência de uma base de dados nacional unificada sobre os crimes, a carência de policiamento especializado nas estradas e a fragilidade na punição aos responsáveis dificultam o combate eficaz ao roubo de cargas. Há consenso entre especialistas e representantes do setor sobre a necessidade urgente de políticas públicas mais articuladas, que combinem repressão qualificada, inteligência policial e mudanças legislativas.

Além disso, o Valor menciona que entidades empresariais têm pressionado o governo por medidas mais incisivas, como o endurecimento das penas, a criação de delegacias especializadas em todos os estados e maior apoio às forças de segurança estaduais. Para o setor produtivo, o avanço do roubo de cargas representa ameaça direta à competitividade, à eficiência da logística nacional e à confiança dos investidores.

O crescimento desse tipo de crime sinaliza a urgência de um esforço conjunto entre iniciativa privada, governo e sociedade para restabelecer a segurança nas estradas brasileiras e garantir a fluidez do transporte de mercadorias, elemento essencial para a economia do país.

Fonte: Valor Econômico

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