Adaptação e eficiência: como a Reforma Tributária vai remodelar os negócios

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A Reforma Tributária, que começa a vigorar a partir de 2026, representa uma das mudanças mais amplas e significativas do sistema de arrecadação de impostos no Brasil desde a Constituição de 1988. O novo modelo busca simplificar o complexo sistema atual, reduzir distorções e aproximar o país das práticas adotadas em economias mais competitivas. Para a Deloitte, que acompanha de perto os impactos e desafios da transição, o processo exigirá das empresas não apenas ajustes fiscais e contábeis, mas também uma profunda transformação tecnológica e de gestão.

Com a unificação de tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS em dois novos blocos − o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) −, o país tende a ganhar em eficiência e transparência. A medida também promete reduzir a cumulatividade de impostos, um dos principais entraves à competitividade brasileira. No entanto, a consultoria alerta que o caminho até a plena adaptação será desafiador, demandando das organizações planejamento, investimento e atualização constante de processos e sistemas.

Segundo a Deloitte, o grande diferencial dessa reforma é a oportunidade de modernização estrutural. Ao eliminar sobreposições e simplificar a cobrança, a nova configuração tributária deve reduzir custos administrativos, além de favorecer um ambiente mais previsível para os negócios. “A reforma não é sobre diminuir impostos, mas sobre criar um sistema mais racional, que incentive a produtividade e a competitividade”, ressalta o estudo.

Tecnologia como aliada estratégica

Um dos principais pontos destacados pela Deloitte é o papel da tecnologia no processo de adaptação. A empresa acredita que a transição para o novo modelo tributário será viável e eficiente somente com o apoio de soluções digitais capazes de automatizar cálculos, integrar informações fiscais e gerar relatórios em tempo real.

“A tecnologia será essencial para lidar com a complexidade inicial da implementação e garantir a conformidade em todas as etapas”, afirma o relatório. Ferramentas de gestão fiscal e plataformas baseadas em dados deverão se tornar parte do cotidiano das empresas, ajudando a mitigar riscos e a reduzir erros humanos.

Apesar de o desenho final das alíquotas e regras específicas ainda não estar totalmente definido, a Deloitte recomenda que as empresas comecem desde já a mapear seus processos tributários e operacionais. Essa preparação antecipada permitirá uma transição mais fluida e segura quando as normas estiverem consolidadas.

Impactos setoriais distintos

A consultoria também chama atenção para os efeitos diferenciados da reforma conforme o setor de atuação. Na indústria e no agronegócio, a expectativa é de ganhos de eficiência e redução de custos, já que o novo modelo permitirá o crédito integral de impostos pagos ao longo da cadeia produtiva. Por outro lado, segmentos de serviços e de economia digital poderão enfrentar aumento da carga tributária, em razão da eliminação de regimes especiais e da tributação uniforme sobre o valor agregado.

Para as empresas desses ramos, a recomendação é investir desde cedo em planejamento tributário, tecnologia e reestruturação de processos, de forma a identificar oportunidades e mitigar impactos. “A transição não será simples, mas é uma chance de revisar estratégias e buscar maior produtividade”, observa a Deloitte.

Transformação de negócios

Mais do que uma reforma tributária, o processo é visto pela Deloitte como uma transformação de negócios. A simplificação dos tributos, combinada à digitalização e à integração de dados, tende a impactar a forma como as empresas planejam, operam e se relacionam com o Estado.

“A reforma é uma transformação de negócios − e, como toda transformação, exige gestão e resiliência diante das incertezas”, ressalta o documento. O estudo destaca que, ao longo da transição, será fundamental manter equipes bem informadas, promover treinamentos e acompanhar de perto as atualizações legislativas e regulatórias.

A Deloitte reforça que o sucesso da adaptação dependerá da capacidade das empresas de tomar decisões baseadas em dados e de enxergar a tecnologia não apenas como uma ferramenta operacional, mas como parte da estratégia de negócio. Aquelas que conseguirem transformar a obrigatoriedade da mudança em oportunidade poderão sair na frente em competitividade e eficiência.

Oportunidades e desafios

Embora o processo traga desafios iniciais, como custos de adaptação e incertezas regulatórias, os especialistas da Deloitte destacam o potencial de ganhos a médio e longo prazo. A simplificação tributária pode reduzir litígios, melhorar a segurança jurídica e impulsionar investimentos no país.

Em um ambiente de negócios mais previsível, empresas tendem a planejar com mais eficiência, aprimorar o controle de gastos e estimular a inovação. “O momento exige preparo, mas também abertura para oportunidades. O Brasil pode sair dessa transição com um sistema tributário mais justo, transparente e moderno”, conclui o estudo.

Fonte : Deloitte

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