Boletim Focus mostra IPCA estável em 5,50% para 2025

Economia


Após 5 semanas de queda, o Boletim Focus desta semana não trouxe alterações nas projeções de inflação. A mediana das expectativas para o IPCA permanece em 5,50% para 2025, 4,50% para 2026 e 4,00% para 2027. Mesmo após cinco semanas consecutivas de revisão baixista no curto prazo e a taxa Selic em seu maior patamar desde 2006, a projeção de 2025 ainda segue acima do teto da meta.

As expectativas para o crescimento do PIB foram revisadas de forma significativa para 2025, passando de 2,02% para 2,14%. Para 2026 e 2027, as projeções foram mantidas em 1,70% e 2,00%, respectivamente. A elevação reflete a incorporação de dados recentes positivos na atividade, sobretudo nos setores de comércio, serviços e indústria, além da resiliência no mercado de trabalho. O novo programa de crédito consignado privado também influencia no otimismo para a economia. Ainda que boa parte dos empréstimos estejam substituindo dívidas antigas mais caras, isso alivia o comprometimento da renda das famílias, abrindo espaço para a manutenção do consumo em níveis elevados.

No câmbio, apenas a projeção para 2025 foi ajustada, de R$/US$ 5,82 para R$/US$ 5,80. Para 2026 e 2027, as projeções seguiram inalteradas em R$/US$ 5,90 e R$/US$ 5,80. O real segue beneficiado por fluxos positivos para ativos emergentes, em meio à percepção de que o Banco Central manterá os juros elevados por tempo prolongado.

As projeções para a taxa Selic foram mantidas: 14,75% ao final de 2025, 12,50% em 2026 e 10,50% em 2027. O mercado continua projetando uma última elevação de 0,25 ponto percentual na reunião de junho, encerrando o ciclo em 15%. A CNC mantém essa expectativa, à luz da persistência da inflação de serviços e da resistência das expectativas inflacionárias no curto prazo. Além disso recentes entrevistas da diretoria do banco reforçaram a expectativa de que a taxa permaneça elevada por mais tempo.

No campo fiscal, a projeção para o resultado primário de 2027 foi revista de – 0,48% para -0,43% do PIB, sinalizando melhora na percepção de médio prazo. Para 2025 e 2026, as estimativas foram mantidas em déficit de 0,60% e 0,66%, respectivamente. As expectativas dessa semana ainda não refletem os dados do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP), divulgado pelo Ministério da Fazenda no último dia 22/05.

A principal mudança foi a piora esperada no resultado das contas públicas: a previsão passou de um pequeno superávit de R$ 14,6 bilhões para um déficit de R$ 51,7 bilhões. Para evitar um rombo maior que o permitido por lei, o governo anunciou dois tipos de cortes no orçamento. O primeiro é um contingenciamento de R$ 20,7 bilhões, que impede que esses recursos sejam usados até segunda ordem. O segundo é um bloqueio de R$ 10,6 bilhões, necessário para respeitar o limite de crescimento das despesas. Somados, os cortes chegam a R$ 31,3 bilhões. Essa situação é consequência da queda na arrecadação, com destaque para a exclusão de receitas extraordinárias, e do aumento nas despesas obrigatórias, como aposentadorias e sentenças judiciais. O cenário reforça os desafios para manter as contas públicas sob controle, especialmente em um ano marcado por pressões políticas e orçamentárias.

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