O redirecionamento de gastos das famílias brasileiras tem revelado mudanças no consumo de alimentos. Dados do 2º trimestre de 2025 apontam que 13% do orçamento que seria destinado a produtos de alimentação e bebidas foi direcionado para apostas online.
O comportamento é mais frequente entre as classes C, D e E. Nas faixas de renda mais altas, observa-se movimento distinto: parte dos consumidores tem adotado estratégias ligadas ao bem-estar, como o uso de canetas injetáveis para controle de peso, citadas por 3% do público de maior renda em 2024. Mulheres jovens, em especial, têm reduzido o consumo de chocolates e produtos de mercearia doce.
Apesar da desaceleração no ritmo de consumo, que passou de 7% em 2023 para 0,7% em 2025, o gasto total com bens de consumo cresceu 12% no mesmo período. As compras para o lar seguem predominando, respondendo por 57% do total, mas o consumo fora de casa voltou a se expandir na primeira metade do ano.
Diante do cenário econômico, consumidores têm adotado novas estratégias. O número médio de marcas adquiridas aumentou 10%, e o de canais visitados cresceu 13%. As compras por viagem diminuíram -2%, enquanto a frequência aumentou 8%.
As refeições tradicionais têm perdido espaço. O café da manhã, especialmente as opções salgadas, segue em expansão, com aumento de 1% em relação a 2024 e de 6% frente a 2019. No mesmo intervalo, o almoço e o jantar apresentaram retração de 5,6 pontos percentuais no total de unidades consumidas. O tempo médio dedicado ao preparo das refeições caiu 2% em relação a 2024 e 6% desde 2019.
O comércio eletrônico consolidou-se como canal relevante tanto para compras domésticas quanto para alimentação fora do lar. No 2º trimestre de 2025, as transações digitais para consumo imediato cresceram 16%, e as de uso doméstico avançaram 23%.
Fonte: Kantar
