Boletim Focus mostra expectativa de queda para a inflação de 2025

O Boletim Focus desta semana trouxe revisões mistas para o cenário econômico. É a segunda semana seguida em que expectativa para a inflação de 2025 foi revista para baixo. O mercado agora espera que o IPCA encerre 2025 em 5,55%, ante 5,65% no relatório anterior. Apesar da queda, a projeção permanece acima do teto da meta de inflação, de 4,50%.

Para 2026, houve uma leve revisão altista, com a expectativa subindo de 4,50% para 4,51%. Para 2027, a projeção de 4,00% foi mantida. O IPCA-15 de abril,

divulgado na semana passada, veio em linha com as expectativas, com alta de 0,42%, ante expectativa do mercado de 0,43%, entretanto alguns itens foram interpretados positivamente, como os preços do setor de serviços, contribuindo para a revisão de curto prazo. O principal fator, entretanto, tem sido a revisão do cenário externo, com os Estados Unidos recuando em algumas tarifas previamente anunciadas.

Na atividade econômica, houve revisões para cima. O crescimento do PIB esperado para 2025 passou de 1,98% para 2,00%. Para 2026, a expectativa de crescimento

subiu de 1,61% para 1,70%. Para 2027, a projeção foi mantida em 2,00%.

As revisões refletem a resiliência da economia brasileira diante de um ambiente externo mais desafiador. Nos Estados Unidos, a expectativa do PIB do primeiro trimestre já chega ao campo negativo, podendo haver uma retração de 1,5% anualizada, segundo o FED de Atlanta, aumentando as apostas de que o banco central americano encerrará seu ciclo de alta de juros em breve.

O câmbio para 2025 permaneceu estável em R$/US$ 5,90. Para 2026, houve leve revisão baixista, de R$/US$ 5,97 para R$/US$ 5,95. Para 2027, o dólar esperado passou de R$/US$ 5,89 para R$/US$ 5,86. A valorização do real acompanha o movimento global de enfraquecimento do dólar, impulsionado pela perspectiva de

desaceleração econômica nos Estados Unidos e expectativas de manutenção de juros elevados por menos tempo.

As expectativas para a taxa Selic não sofreram alterações. O mercado projeta que a taxa básica de juros feche 2025 em 15,00%, 2026 em 12,50% e 2027 em 10,50%. O Copom, em seu último comunicado, reforçou a necessidade de manter a política monetária restritiva, mesmo diante da melhora pontual no IPCA-15. A autoridade monetária indicou que somente um processo desinflacionário mais consistente poderia justificar a flexibilização da política.

O resultado primário esperado para 2025 permaneceu em déficit de 0,60% do PIB. Para 2026 e 2027, as expectativas melhoraram ligeiramente, com o déficit projetado passando de -0,70% para -0,67% e de -0,48% para -0,46%, respectivamente.

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