Em editorial do dia 22/06, a Folha de S.Paulo analisa a queda de prestígio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Brasil, à luz de uma pesquisa do Datafolha que revela a preferência de 59% dos brasileiros pelo trabalho por conta própria, contra 39% que optam por emprego com carteira assinada.
O texto aponta que essa preferência está relacionada ao desejo de maior autonomia e flexibilidade, embora os trabalhadores autônomos geralmente recebam menos e enfrentem condições mais instáveis. Desde 2022, cresce o número de pessoas que trocam a CLT por arranjos mais informais, mesmo com perda de renda. Entre os jovens de até 24 anos, por exemplo, a escolha por salários mínimos e ausência de benefícios cresceu de 21% para 31%.
Apesar de reconhecer que a busca por autonomia reflete uma adaptação às novas tecnologias e realidades de mercado, o editorial alerta que a transição não está livre de riscos, como a precarização do trabalho e a falta de proteção sindical. A Folha defende que a legislação brasileira precisa evoluir para oferecer proteção básica aos trabalhadores, ao mesmo tempo em que garante maior flexibilidade e liberdade de negociação para os contratos.