A matéria publicada hoje, 09/06, no jornal Valor Econômico, assinada por Alex Jorge Braga, aborda o crescimento das denúncias relacionadas ao calor excessivo no ambiente de trabalho, impulsionado pela intensificação das mudanças climáticas. Segundo dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), foram registradas 527 queixas desse tipo nos cinco primeiros meses de 2025, número próximo às 741 denúncias de todo o ano de 2024, o que sinaliza uma tendência de alta preocupante.
A reportagem destaca que o calor extremo afeta diretamente a saúde e a produtividade dos trabalhadores, exigindo uma resposta urgente das empresas e das autoridades. A procuradora Adriane Marcolino, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), afirma que “há queda de produtividade, pois não é possível ser produtivo com calor extremo”. Ela defende que as empresas devem reorganizar os espaços, oferecer ventilação adequada, adaptar jornadas e fornecer equipamentos de proteção.
Juliane Mombelli, procuradora do Trabalho, reforça que é dever do empregador garantir um ambiente laboral seguro e saudável, o que inclui lidar com os impactos do clima. A ausência de medidas protetivas pode levar a consequências graves, como desmaios, insolação e até morte, especialmente em áreas de maior exposição, como construção civil, transporte, limpeza urbana e agricultura.
Patrick Maia Merísio, coordenador do Codemat regional em São Paulo, chama atenção para o aumento das denúncias em cemitérios, onde trabalhadores enfrentam temperaturas extremas sem infraestrutura adequada. Ele defende a elaboração de planos de adaptação climática por parte das empresas, com medidas como pausas durante picos de calor e fornecimento de água potável.
A reportagem também aponta que a Convenção 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário, estabelece que o empregador deve avaliar e mitigar riscos climáticos no local de trabalho. O tema já começa a ser tratado em negociações coletivas e tende a ganhar espaço diante da intensificação dos eventos extremos.
Por fim, o texto alerta que a crise climática não é apenas um desafio ambiental, mas um fator crítico para a saúde pública e a economia, exigindo uma mudança estrutural na forma como o trabalho é organizado e fiscalizado no Brasil.
A matéria na íntegra pode ser acessada pelo link: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/06/09/com-crise-climatica-denuncias-de-calor-excessivo-no-trabalho-ganham-forca.ghtml
