Famílias de menor renda foram as que mais atrasaram contas nos últimos meses, diz CNC

Destaques

Segundo matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo no dia 07/06, famílias de menor renda foram as que mais atrasaram contas nos últimos meses, conforme dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em 2023, a inadimplência desse grupo subiu 26% em janeiro e chegou a 29% em dezembro. O aumento persistiu em 2024, alcançando 29,7% em abril.

O Banco Central indica que, entre julho de 2023 e maio de 2024, o comprometimento da renda das famílias com dívidas do Sistema Financeiro Nacional (SFN) caiu de 27,3% para 25,7%. Essa redução foi impulsionada, principalmente, pelo programa Desenrola e a quitação de débitos herdados da pandemia. No entanto, o saldo total de dívidas renegociadas com atraso segue elevado, especialmente entre os públicos de menor renda.

Eduardo Martins, diretor executivo da Credihatos, destaca que o agravamento da inadimplência está ligado à frustração com o mercado de trabalho, o que limita acordos de renegociação. Segundo Bruno Sales, da MB Associados, embora haja melhora nos indicadores econômicos, a renda disponível das famílias ainda é pressionada por fatores como o crédito mais caro e o fim de auxílios emergenciais.

A reportagem também traz alerta da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que vê a alta inadimplência e o encarecimento do crédito como riscos à recuperação da demanda. O presidente da entidade, Igor Calvet, aponta que o custo de financiamento está em média 6% ao mês para pessoas físicas e 3% para jurídicas, desestimulando novos financiamentos.

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, afirma que o aumento da inadimplência é mais evidente entre a população de baixa renda, que tem maior dependência de benefícios como o INSS. A tendência preocupa o comércio, pois indica menor capacidade de consumo dessas famílias no curto prazo.

O Sincovaga Notícias é o portal do Sincovaga SP, que mantém parcerias estratégicas com renomados veículos de comunicação, replicando, com autorização, conteúdos relevantes para manter os empresários do varejo de alimentos e o público em geral bem informados sobre as novidades do setor e da economia.