Analistas do mercado financeiro projetavam avanço de 0,44%; com o resultado, índice ficou em 5,40% em 12 meses
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,36% em maio, após ter subido 0,43% em abril, informou nesta terça-feira, 27, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava avanço de 0,44%. O intervalo das estimativas ia de alta de 0,35% a 0,53%.
Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 2,80% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 5,40%. As projeções iam de avanço de 5,39% a 5,58%, com mediana de 5,49%.
Os preços de Transportes caíram 0,29% em maio, após queda de 0,44% em abril. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,06 ponto porcentual para o IPCA-15.
Os preços de combustíveis tiveram alta de 0,11% em maio, após recuo de 0,38% no mês anterior. A gasolina subiu 0,14%, após ter registrado queda de 0,29% em abril, enquanto o etanol avançou 0,54% nesta leitura, após queda de 0,95% na última.
O Estadão/Broadcast calcula o impacto de cada grupo no IPCA-15 com base na variação mensal e no peso mensal disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra). O resultado pode ter divergências pontuais com o impacto divulgado pelo IBGE, que considera mais casas decimais do que as disponibilizadas publicamente na taxa de cada item.
Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,39% em maio, após alta de 1,14% em abril. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,09 ponto porcentual para o indicador.
Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,30% em maio, após ter avançado 1,29% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,63%, ante alta de 0,77% em abril.
Já os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,09% em abril para um aumento de 0,67% em maio, uma contribuição de 0,10 ponto porcentual para o índice.
A energia elétrica residencial subiu 1,68% em maio, item de maior impacto individual sobre o IPCA-15 do mês, uma contribuição de 0,06 ponto porcentual. O resultado é consequência da entrada em vigor da bandeira tarifária amarela, com a cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. O IBGE acrescenta que também foram apropriados reajustes tarifários de 2,07% em Salvador a partir de 22 de abril, de 3,33% no Recife a partir de 29 de abril, e redução de 1,68% na tarifa em Fortaleza a partir de 22 de abril.
A taxa de água e esgoto subiu 0,51% em maio, devido a reajustes de 9,98% em Recife a partir de 26 de abril, de 4,17% em Goiânia desde 1º de abril, e de 6,58% em Porto Alegre a partir de 4 de maio.
O gás encanado aumentou 0,12%, devido ao reajuste médio de 0,77% no Rio de Janeiro desde 1º de maio.
Os gastos com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,96% em abril para um aumento de 0,91% em maio, uma contribuição de 0,12 ponto porcentual.
Houve pressão dos aumentos nos produtos farmacêuticos, avanço de 1,93%, em decorrência da autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.
A alta no grupo foi influenciada também pelo aumento de 0,57% no plano de saúde. O subitem foi responsável pela quarta maior contribuição individual para a inflação do mês, 0,02 ponto porcentual, atrás apenas das pressões da energia elétrica, batata-inglesa e café moído.
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