O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje, 25/04/2025, o IPCA – 15 relativo ao mês de abril. Conhecido como prévia da inflação, o indicador teve um aumento de 0,43% na comparação com o mês anterior, uma desaceleração após o aumento de 0,64% em março e 1,23% em fevereiro. O indicador veio em linha com as expectativas do mercado. A expectativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) era de alta de 0,53%.
Apesar do recuo, o indicador veio acima do medido em abril do ano passado, quando os preços subiram 0,21%. O acumulado em 12 meses é de 5,49%, acima do topo da meta de inflação, de 4,5%.
O grupo de Alimentação e bebidas, que tem incomodado as famílias brasileiras, segue em alta, subindo 1,14%, mais que no mês passado, quando havia crescido 1,09%. O aumento de abril correspondeu por 0,25 pontos percentuais, ou seja, 58% do aumento do IPCA-15 do mês. Novamente a maior culpada foi a alimentação em domicílio, que cresceu 1,29%. Os itens com maiores impactos foram o tomate (32,67%) e o café moído (6,73%).
O grupo de Transportes, que havia tido uma forte alta no mês passado (0,92%), foi o único entro os 9 grupos a recuar em abril (-0,44%). O grande responsável foram as passagens aéreas, que caíram 14,38%. Os combustíveis também recuaram no mês, caindo 0,38%.
No gráfico vemos o acumulado em 12 meses dos grupos Alimentação e bebidas e Transportes. O primeiro segue sua tendência de alta, acumulando agora 7,87% de aumento nos últimos 12 meses. Enquanto isso o grupo de Transportes parece ter revertido a tendência de baixa que vinha desde outubro de 2023, período de queda do preço do petróleo. Em 12 meses o indicador acumula alta de 5,40%, apesar da variação negativa no mês
Além dos grupos já mencionados, Saúde e cuidados pessoais e Vestuário foram destaques negativos no mês, com aumentos de 0,96% e 0,76%, respectivamente. No grupo de Saúde, a principal alta foi de produtos farmacêuticos (1,04%). O governo autorizou que os medicamentos possam passar por reajuste de até 5,06% em 2025, a partir de abril. No IPCA de abril devemos ver esse indicador subindo ainda mais. Já no grupo de vestuário. Comparada ao mês anterior, a difusão foi maior esse mês, ou seja, mais itens da cesta acompanhada pelo IBGE sofreram aumentos de preço.
Os bens industriais, que sofreram quedas no início do ano, graças à apreciação do real frente ao dólar, voltaram a subir. Por outro lado, os serviços deram uma leve aliviada, após subirem nos primeiros meses do ano. O cenário externo segue trazendo volatilidade à economia brasileira e ainda não está claro se a guerra tarifária será benéfica ou maléfica para a inflação em 2025. Se por um lado um o dólar pode se apreciar em um mundo mais averso ao risco e com uma economia mundial mais enfraquecida, atrapalhando o controle dos preços no Brasil. Por outro o fluxo de comércio para o Brasil e a queda nos preços das comodities pode auxiliar no controle inflacionário. A CNC espera que o IPCA de abril seja de 0,45% na comparação com o mês anterior. Já para 2025, espera que o IPCA feche o ano em 6%. A mediana das expectativas do boletim Focus para 2025 é de 5,57
Fonte : CNC