IPCA desacelera em abril e chega a 0,43%

Economia Capa

O Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, hoje (09/05/2025), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a abril de 2025. A inflação foi de 0,43% no último mês, desacelerando após marcar 0,53% em março. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) esperava uma alta de 0,45%, levemente acima do restante do mercado, que esperada um crescimento de 0,42%.

Na reunião de maio, ocorrida na última quarta-feira, dia 07/05, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano, em linha com a expectativa da CNC. A decisão reflete a persistência de um cenário inflacionário desafiador, com projeções acima da meta, expectativas desancoradas e um mercado de trabalho ainda aquecido. Em relação à reunião anterior, destaca-se a mudança na assimetria do balanço de riscos, que passou a ser avaliado como elevado em ambas as direções, e não mais predominantemente altista. Esse ajuste sinaliza maior incerteza sobre os rumos da atividade e da inflação, exigindo cautela adicional por parte do Comitê. A comunicação reforça o compromisso com uma política monetária contracionista por período prolongado, enquanto observa com atenção os impactos da política fiscal e do cenário externo adverso — marcado pela política comercial dos EUA e seus efeitos sobre ativos e expectativas.

A CNC mantém a projeção de que o ciclo de alta está próximo do fim, com possível novo ajuste residual em junho, condicionado à evolução dos dados. Um indicativo para isso é o cenário de referência da autoridade monetária, onde já se projeta uma inflação de 3,6% em 2026, mais próxima do centro da meta. O último boletim Focus trouxe uma expectativa de Selic de 14,75% em 2025, ante 15% na semana passada.

O acumulado em 12 meses passou de 5,48% para 5,53%, acima do topo da meta de inflação, de 4,5%. Este é o quarto mês consecutivo em que isso ocorre, após o Banco Central alterar a forma de avaliar a meta de inflação. No sexto mês seguido, em julho, o presidente do Banco Central deverá escrever uma carta justificando os motivos que levaram os preços a romperem o teto da meta. A média dos núcleos de inflação dos últimos 12 meses, medida usada pelo Banco Central para excluir itens mais voláteis, atingiu 5,26%, acelerando após os 5,01% de março.

Dos 9 grupos presentes na pesquisa, 8 subiram no mês. O único a cair foi o de Transportes, que recuou 0,38%, puxado por passagem aérea (-14,15%) e combustíveis (-0,45%). O grupo havia subido 0,46% em março. A Petrobras anunciou no dia 05 de maio a terceira redução no preço do Diesel em 2025. Dessa vez o preço cairá R$0,16 por litro. Embora não tenha anunciado redução para a gasolina, espera-se que ela siga o mesmo caminho. A Associação Brasileira do Importadores de Combustíveis (Abicom) estima que a gasolina brasileira esteja sendo negociada a um preço 4% maior que o preço internacional.

O principal destaque em abril foi o grupo de Saúde e cuidados pessoais (1,18%), influenciado principalmente pelos produtos farmacêuticos (2,32%). Já o grupo de Vestuário (1,02%) passa por um aumento sazonal, já que tivemos a mudança de estação, quando as lojas costumam lançar novas coleções. De qualquer forma, esse crescimento tão forte foi surpreendente. Abaixo vemos a variação dos preços dos bens industriais na variação anual.

Nessa categoria estão incluídos os bens duráveis, como mobiliário, automóveis eletrodomésticos, semiduráveis, como calçados, roupas e autopeças e não duráveis, como artigos de limpeza, cigarro e higiene pessoal. A variação de abril, em comparação com abril de 2024 foi de 4,09%, a maior desde julho de 2023.

O grupo de Alimentação e bebidas, que vem sendo destaque no ano, voltou a crescer forte, subindo 0,82% em abril, ante 1,17% em março. Em 12 meses, o grupo já acumula alta de 7,81%. Esse é o grupo de maior peso no orçamento das famílias e sozinho foi responsável por mais de 40% do aumento do IPCA de abril. Alimentação no domicílio avançou 0,83%, enquanto alimentação fora do domicílio cresceu 0,80%

Entre os dez principais itens do IPCA, plano de saúde foi o que mais subiu (0,57%), seguido por refeição (0,48%) e automóvel novo (0,48%). A maior queda ficou por conta da gasolina (-0,35%), que apesar disso continua tendo o maior aumento no acumulado em 12 meses, 8,86%.

A inflação de serviços segue preocupando. Olhando a comparação de abril de 2025 contra abril de 2024, vê-se que o preço dos serviços avançou 6,03%, enquanto dos serviços subjacentes, uma espécie de núcleo da inflação de serviços, cresceram 6,85%. A última vez que as duas medidas superaram os 6% foi em junho de 2023. Essas medidas são importantes, pois ajudam a ver a direção da inflação de salários, uma vez que eles são muito representativos na estrutura de custos do setor. A preocupação se dá pela permanência do mercado de trabalho aquecido, a PNAD de março trouxe a menor taxa de desemprego para o período de toda a séries histórica, iniciada em 2012.

Fonte : CNC

O Sincovaga Notícias é o portal do Sincovaga SP, que mantém parcerias estratégicas com renomados veículos de comunicação, replicando, com autorização, conteúdos relevantes para manter os empresários do varejo de alimentos e o público em geral bem informados sobre as novidades do setor e da economia.