Em julho, foram 14.919 novas vagas formais criadas pelo setor, cerca de 12 mil postos abaixo do registrado no mesmo período do ano passado
O mercado de trabalho desacelerou em São Paulo no mês de julho. De acordo com levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo de empregos celetistas do setor de Serviços paulista caiu 43,7% em relação ao mesmo período do ano passado — em termos absolutos, houve uma redução de quase 12 mil postos, passando de 26.512 para 14.919 novas oportunidades
Diante dos sinais de desaceleração da atividade econômica, o mercado de trabalho perdeu força. Contudo, segmentos como os de transporte, saúde e atividades administrativas continuam sustentando o setor. No Comércio paulista, os dados também apontam uma retração nas contratações: enquanto em julho de 2024, o setor criou 14.193 vagas, no mesmo mês deste ano, o número caiu para 11,5 mil.
Segundo a FecomercioSP, o movimento reflete a cautela das empresas frente a juros elevados, crédito mais restrito e uma base de comparação mais forte. Esses fatores reduzem o consumo de bens duráveis e afetam especialmente compras de maior valor.
Nos Serviços, os destaques positivos de julho ficaram por conta das atividades de transporte, armazenagem e correio (6.318 vagas) e saúde humana e serviços sociais (4.812); além das atividades administrativas e dos serviços complementares (2.562). Já os segmentos de educação (-2.504) e administração pública (-742) registraram fechamento de postos de trabalho.
No acumulado entre janeiro e julho, o setor gerou 205.494 vagas de emprego, após mais de 2,76 milhões de admissões e mais de 2,56 milhões de desligamentos — saldo 12,9% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando 236.016 mil vagas foram abertas. As atividades administrativas e os serviços complementares responderam por 20% do total de empregos criados no período, com 41.368 vagas. Na sequência, transporte, armazenagem e correio (39.573); saúde humana e serviços sociais (36.488); educação (22.841); e atividades profissionais, científicas e técnicas (17.789), além de alojamento e alimentação (11.791).
Varejo mantém prudência às vésperas do Natal
No Comércio, por sua vez, o varejo liderou a criação de empregos no mês de julho, com 8.026 vagas. No entanto, o maior crescimento proporcional em relação ao estoque foi do atacado, com 2,58 mil novos vínculos celetistas. O segmento de comércio e reparação de veículos gerou 894 empregos com carteira assinada. Com isso, o estoque total de vagas no setor alcançou mais de 3,02 milhões de postos.
No acumulado do ano, 37.018 vagas foram geradas, com todos os segmentos apresentando números positivos: o atacado manteve-se em destaque (14.841 vagas), seguido pelo varejo (14.107) e pelo setor de veículos (8.070 postos).
Na avaliação da FecomercioSP, a trajetória para o restante de 2025 dependerá do comportamento da renda, da confiança e do crédito — fatores que podem determinar se a expansão continuará estável ou se haverá uma nova perda de fôlego nos próximos meses. No momento, porém, a conjuntura é de cautela nos preparativos do varejo para o Natal, uma das datas mais importantes para o setor.
Capital paulista
Na Cidade de São Paulo, o comércio registrou saldo positivo de 3.489 vagas, resultado de 42.995 admissões e 39.506 desligamentos. O segmento que mais gerou oportunidades foi o varejo, com 2.405 vagas, respondendo por quase 70% do total. Em seguida, vieram o atacado, com 919 vagas, e o setor de veículos, com contribuição modesta de 165 postos. No sétimo mês do ano, o estoque total de empregos no Comércio paulistano alcançou 924,2 mil vínculos.
Já no setor de Serviços, registrou-se um saldo positivo de apenas 2,86 mil vagas formais, após mais de 162,5 mil admissões e mais de 159,6 mil desligamentos. O desempenho foi inferior a julho do ano passado, quando o saldo havia sido de 9.291 postos. A queda em termos absolutos foi de 6,4 mil vagas, representando uma redução de 69% no ritmo de geração de empregos.
Dentre os segmentos, transporte, armazenagem e correio geraram a maior quantidade de oportunidades (1.471 vagas), seguido pelas atividades profissionais, científicas e técnicas (1.539) e de saúde humana e serviços sociais (1.334). Já as atividades administrativas e os serviços complementares registraram perda de 2,16 mil vagas, puxando o saldo total para baixo. Educação (-474), alojamento e alimentação (-236) e outras atividades de serviços (-199) também sofreram quedas. No acumulado do ano, os Serviços na capital geraram 60.346 vagas.
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP) passou por reformulação em sua metodologia e, agora, analisa o nível de emprego celetista do comércio e serviços do Estado de São Paulo a partir de dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), elaborado pelo Ministério do Trabalho, passando a se chamar PESP de Comércio e Serviços.
Fonte : https://www.fecomercio.com.br/