Marcas próprias ainda têm dificuldades para crescer no varejo

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Apesar da inflação entre meados de 2024 e 2025, as marcas próprias ainda enfrentam barreiras para ampliar espaço no varejo brasileiro, segundo matéria do Valor Econômico, publicada hoje, 07/10. O avanço dos preços não foi suficiente para impulsionar de forma consistente o consumo desses produtos, que seguem associados à busca por custo-benefício, mas ainda carecem de maior penetração e frequência de compra.

Segundo dados da Worldpanel by Numerator, o volume de vendas das marcas próprias cresceu 3,4% entre janeiro e junho de 2025, mas o aumento reflete mais uma recuperação de volume perdido do que um crescimento sólido. “O crescimento existe, mas é mais uma recomposição”, afirma Resan Morais, da consultoria.

Os consumidores, embora mais atentos ao preço, ainda priorizam marcas conhecidas em várias categorias, especialmente nas de alimentos e higiene. Para Fabrísio Gomes, diretor de marcas próprias do Grupo Imec, a percepção de qualidade e a comunicação com o consumidor são determinantes para consolidar o segmento. “Quando produzimos a marca própria, ganhamos preferência nas negociações”, observa.

Atualmente, cerca de 10 milhões de lares brasileiros compram produtos de marca própria — um número praticamente estável nos últimos anos. O crescimento é limitado por fatores estruturais, como a baixa variedade de portfólio e a necessidade de investimentos em marketing e inovação.

As redes varejistas, especialmente supermercados e hipermercados, são os principais vetores de crescimento dessas marcas, mas ainda enfrentam desafios logísticos e de competitividade. A consultoria aponta que o tíquete médio das compras de marca própria é de aproximadamente R$ 32, abaixo da média geral.

No contexto internacional, o Brasil segue atrasado em relação à participação das marcas próprias no consumo. Enquanto na Europa esses produtos representam cerca de 30% do volume vendido, no Brasil o índice é de apenas 5%.

Ainda assim, há movimentos positivos. A Adimax, fabricante de alimentos para pets, e a Dia de Apoiar, que produz itens de higiene e limpeza, relatam expansão gradual, com ganho de eficiência na operação e melhorias na percepção de valor.

Especialistas afirmam que, para crescer de forma sustentável, as marcas próprias precisam investir em diferenciação, qualidade e comunicação transparente, além de reduzir a dependência de preços baixos como principal atrativo.

Em síntese, o estudo mostra que o segmento ainda tem um longo caminho para conquistar relevância no carrinho de compras do consumidor brasileiro. O crescimento observado é tímido e concentrado em faixas de renda mais baixas, reforçando o caráter de alternativa econômica, mas não de preferência consolidada.

Fonte: Valor Econômico

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