No varejo, maioria não adota IA por falta de conhecimento, mostra estudo

Uma pesquisa da Central do Varejo sobre inteligência artificial no setor foi apresentada durante o Wake Summit 2025. O levantamento mostra que a capacidade de processamento da tecnologia cresce entre cinco e dez vezes por ano. Em 2030, a expectativa é que seja 100 mil vezes mais potente do que é hoje em dia.

Principais aplicações no varejo

No varejo, os usos mais frequentes estão em supply chain e logística, como planejamento de estoque, roteirização e distribuição. No marketing, a tecnologia é aplicada em compra de mídia, criação de conteúdos editoriais, geração de imagens e campanhas personalizadas.

Nas lojas físicas, há uso de imagens para prevenção de perdas, escalas inteligentes e suprimento. No e-commerce, a IA apoia em recomendações, personalização, gestão de pedidos omnichannel, precificação e descrição de produtos.

Em vendas, os destaques são chat de e-commerce, SAC e programas de fidelidade com ofertas personalizadas. Um dos exemplos apresentados foi o de algoritmos que definem preços para gerar maior margem, de forma elástica.

Grau de uso e satisfação

O estudo aponta que 58,33% dos entrevistados utilizam soluções pagas de IA. Entre eles, 54,17% afirmam gastar até R$ 2 mil por mês. A satisfação é alta: 90,28% disseram estar satisfeitos com os resultados.

As áreas mais comuns de aplicação são atendimento e vendas (30,56%), marketing e vendas (25%), compras e estoque (15,28%), financeiro (9,72%), logística (6,94%), contratação de pessoas (1,39%) e outras (11%).

Barreiras para adoção

A falta de conhecimento aparece como o principal entrave, citada por 69,66% dos respondentes. Outros fatores incluem falta de infraestrutura (21,35%), dúvidas sobre retorno de investimento (17,98%), custo (14,61%), falta de confiança (11,24%) e outros (4,49%).

Apesar dos obstáculos, a maioria pretende investir em IA no futuro. As áreas mais citadas foram atendimento ao cliente (58,43%) e marketing (73,30%), além de logística.

Para especialistas, IA deve ser usada com responsabilidade

O tema foi debatido por Daniel Zanco, fundador da Central do Varejo, Thiago Couto, principal solutions architect da AWS, Felipe Cohen, CMO do Magalu, e Pedro Piramo, CFO da Econverse.

Para Piramo, o mercado ainda está em fase de aprendizado, utilizando a IA para pensar estratégias, modelos como dark stores e segmentação de público. “Não é somente tecnologia, tem um humano no meio”, disse.

Zanco destacou a evolução no uso de dados. “Hoje em dia, a análise para tomada de decisões é mais sofisticada, diferente dos anos 2000. Consultamos diversas fontes de dados e comportamento que entregam informações de forma mais apurada.”

Couto chamou atenção para a necessidade de uma IA responsável, com limites que garantam conformidade com a LGPD e proteção no ambiente digital.

Cohen alertou para os vieses de treinamento da tecnologia. Segundo ele, muitas vezes as bases reproduzem padrões de local, cor de pele ou religião que não refletem a realidade brasileira, o que exige personalização pelos profissionais.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/no-varejo-maioria-nao-adota-ia-por-falta-de-conhecimento-mostra-estudo

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